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AJUDAR OU NÃO AJUDAR, EIS A QUESTÃO!

Atualizado: 19 de abr. de 2021

Série O desligamento emocional saudável

por Erica Rodovalho Fife – Terapeuta Cristã Volare


Enquanto viveu como homem, Jesus foi o modelo perfeito de alguém que conseguia se ligar, vincular, e deixar-se apegar emocionalmente de forma saudável aos outros. Ele sabia que não havia nada que Ele fizesse ou não fizesse que alteraria sua identidade e seu valor. Ele também sabia quais eram as suas batalhas, as coisas que precisava fazer e as que poderia deixar para trás. Uma vez ele disse à sua própria mãe que não era chegada Sua hora (João 2:4). Em outro momento, explicou que sua missão era ministrar apenas à casa de Israel e outros povos não seriam parte de Seu ministério (Mateus 15:24). Tendo plena convicção do caminho que precisava seguir, Ele sofreu rejeição dos amigos, dos líderes religiosos da época, e até mesmo de Sua família. Contudo, Ele sabia quem era e que Sua tarefa não era resolver o problema de todos (inclusive, apesar de ter poder para tal, deixou de operar milagres em determinado lugar - Mateus 13:58). Jesus nos deu o exemplo de um desligamento emocional saudável e ensinou os que andavam com Ele a manterem os olhos fixos nEle (e não nos demais), avaliarem o propósito da “ajuda” a ser dada, e não saírem de sua jornada por medo do que outros haverão de pensar.


PODEMOS E ATÉ DEVEMOS AJUDAR OS OUTROS, MAS SEM PERCORRER O CAMINHO DO OUTRO POR ELE, NEM FAZER DA AJUDA NOSSA FONTE DE VALOR PRÓPRIO OU MANEIRA DE EXERCER CONTROLE.

O conceito de “desligamento emocional” é por vezes difícil de entender. Se analisamos sob a perspectiva do que é o contrário de ligamento (ação de ligar, de unir; ligadura; vínculo), podemos concluir que ele também significa desvincular. Portanto, o desligamento emocional saudável nada mais é que o ato de nos desvincularmos emocionalmente, de forma saudável, de coisas e de maneiras de nos relacionar, que nos proporciona o adoecimento próprio e/ou de nossos relacionamentos. Sua amiga precisa de ajuda com as tarefas domésticas e você prontamente se oferece para dedicar tempo em ajudar. Alguém importante na sua vida lhe conta sobre seu casamento, que está prestes a se desfazer, e você aceita conversar com o cônjuge que está desistindo do relacionamento. Seu filho pede ajuda com o trabalho de ciências, que é para amanhã, e você se sente responsável em ajudar, pois ele está prestes a perder o ano. Seus pais contam sempre com a sua ajuda para levá-los ao médico pois não aceitam que seus irmãos o façam. Em si próprias, nenhuma das situações acima são conceitualmente erradas, mas todas igualmente não são necessariamente parte da sua jornada de vida. Então, como saber quando elas passam a ser nocivas? A resposta talvez venha ao analisar se ao dizer “sim” você estaria saindo da sua própria jornada para caminhar o caminho pelo outro e impedindo-o inclusive de crescer. Outro ponto a considerar é analisar a motivação para a “ajuda”. Se formos totalmente honestos, somos capazes de ajudar para podermos continuar em uma posição de controle ou mesmo para poder nos sentir valorizados. Definitivamente, nenhuma das duas opções seria razão salutar para ajudar alguém.

Muitas vezes, não só podemos como até devemos ajudar, mas precisamos estar resolvidos a manter nossa rota e avaliar o propósito da ajuda. Jesus o fez. Em todo o Seu ministério, Ele permaneceu focado em seu caminho rumo à vitória da cruz. Enquanto caminhava, Ele abençoou, serviu, ministrou, fez e deixou de fazer. Em tudo, Ele se manteve fiel a quem o Pai já havia dito que Ele era, ao caminho que precisava percorrer, e à sua motivação que não foi outra que proporcionar crescimento e conhecimento aos que caminhavam com Ele. Essa também precisa ser nossa motivação e nossa bússola!

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